Levei 20 jornalistas para chegar aos 4.170 metros de altitude, conhecer o deserto de sal de Salinas Grandes (Jujuy) e também os cânions da região Norte da Argentina

Por Rampage Rebel 2.0 Turbo Gasolina

Há pouco mais de um ano eu saí das linhas de produção da fábrica da Stellantis, em Goiana, Pernambuco, para me tornar a primeira picape nacional da Ram. Para quem ainda não conhece, meu nome é Rampage.

Já somos, pelo menos até o fechamento de vendas de junho, mais de 20 mil circulando pelas ruas do país.

E, para celebrar um ano do meu nascimento, fui escalada para ser a estrela da primeira Ram Expedition – realizada pela empresa que me criou. A expedição também comemora 15 anos de independência da Ram da minha tia, a Dodge.

A responsabilidade é grande, já que iria rodar cerca de 1.000 km, levando 20 jornalistas pelo Norte da Argentina. 

Antes de iniciar minha jornada em solo argentino com as duas dezenas de “periodistas” (gastando um pouco do meu espanhol), um grupo de pilotos e engenheiros saíram do Brasil pilotando cerca de 15 exemplares meus até a Argentina. Rodamos cerca de três mil quilômetros. A viagem durou, em média, quatro dias. Afinal, meus condutores tinham que descansar.

Já meus convidados foram me encontrar de avião. Alguns pegaram três voos para chegar na cidade de Salta, no Norte da Argentina, de onde se iniciaria a Ram Expedition.

Para buscar a turma no aeroporto de Salta, a Ram escalou algumas unidades minhas na versão R/T.

Ao retornar para a garagem, troquei algumas palavras com as R/T que buscaram nossos convidados no aeroporto. Elas me contaram que todos pareciam bem cansados por causa da maratona aérea. Agenda curta é assim mesmo.

As R/T transportaram todos para um jantar, onde seriam passados todos os detalhes da expedição. Lá, os executivos da Stellantis disseram: “Sei que estão todos cansados, mas valerá a pena”.

Hora de distribuir os carros

Soube que, entre os convidados, estava o jornalista Marlos Ney Vidal, aquele que revelou meu nome de batismo ao mundo. Pensei: “Que bom. Vou conhecer o cara que vivia a me fotografar pelas estradas e que também foi o responsável por revelar os planos de meu desenvolvimento, anos antes do meu nascimento”. Pois é. Pelo visto, ele gosta de dar spoilers.

A Ram colocou dez unidades minhas, divididas entre as versões Laramie e Rebel, com motores 2.0 Turbo Gasolina e 2.0 Turbo Diesel à disposição.

Na hora de distribuir os carros, Marlos acerta com o Lucas Silvério, do AutoPapo, que gostaria de fazer a expedição a bordo de uma Rampage Rebel 2.0 Turbo Gasolina. Logo eu!

Fiquei feliz com sua escolha. Afinal, sou mais apta a encarar condições off-road por conta dos meus pneus de uso misto e dos para-choques sem pintura. Minha irmã Laramie também tem seus atributos, mas a R/T, com seus pneus de perfil baixo, serviu de carro de apoio.

Sol ainda não nasceu

Minha jornada começou antes das seis horas do dia 27 de julho. Tinha que estar a postos para que o Marlos e o Lucas iniciassem a expedição.

Ainda nem amanheceu. Marlos inicia ao volante. Vejo que ele e o Lucas são só sorrisos no rosto, parecem não ligar para o frio e nem por terem madrugado. O cansaço parece ter ido embora, voltado para o Brasil.

Para mostrar minhas credenciais, respondo a cada pisada mais forte que o Marlos dá no acelerador. O Lucas fica impressionado com meu desempenho e pergunta qual motor eu tenho. “Um 2.0 Turbo Gasolina com 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque. O câmbio é um automático de nove marchas e a tração é 4×4 sob demanda, com opção de reduzida acionada eletronicamente”, respondeu Vidal.

Observo que o Marlos já conhecia todos os meus detalhes e comandava minha direção com maestria. Soube, inclusive, que ele adora picapes. Quando necessário, ele usava meus 272 cv de potência e o torque de 40,8 kgfm para ultrapassagens seguras em rodovias de pista simples.

O escuto elogiando meu comportamento dinâmico, dizendo que sou muito estável e que sou boa de curva, mesmo nas de alta.

Na primeira etapa, os levei com total segurança por cerca de 150 km. Depois de duas horas de viagem fizemos um pit-stop para abastecimento, já que ainda tínhamos mais algumas centenas de quilômetros a percorrer para chegarmos ao deserto de Salinas Grandes. Marlos e Lucas aproveitaram, então, para fazer um lanche.

Na troca de motorista, chega a vez do Lucas Silvério assumir a direção. O dia já está claro. Ele acabou dando sorte, e pegou um dos trechos mais legais do percurso: uma estradinha sinuosa e cheia de curvas.

A próxima parada é o Mirante Costa do Lipan, a 3.800 metros de altitude. Lucas diz que eu não perdi fôlego e subi a estrada sinuosa tranquilamente. Entretanto, alguns dos meus convidados ficaram um pouco ofegantes por conta da altitude. No entanto, observo que todos estão curtindo o belo visual; de lá se vê toda a estrada e suas curvas, e também a bela paisagem do local.

A parada seguinte foi a 4.170 metros de altitude. Alguns dos jornalistas sentiram um pouco de desconforto, outros eram só sorriso. De longe vejo o Marlos subir na pedra de localização onde estamos, todo alegre. Ele fica de pé na pedra. Nem parece se incomodar com o vento frio da região.

Mas é hora de voltar. Tínhamos de dar sequência à Ram Expedition. Lucas continua ao volante, e percorri com eles por mais alguns quilômetros, desta vez descendo um pouco uma estrada sinuosa.

Outra parada para um pit-stop dos meus convidados e também para fotos com uma simpática Lhama.

Ainda faltavam alguns quilômetros para chegar em Jujuy no deserto de sal de Salinas Grandes.

Pelo rádio, escuto o carro líder da expedição dizendo que o trecho de dirigir no deserto de sal era uma experiência única. Lucas está ao volante e vejo o Marlos só contemplando a imensidão das salinas.

Nosso ponto de apoio foi no hotel Pristine Luxury Camp, onde eu pude descansar um pouco e os meus convidados puderam ficar algumas horas curtindo o visual. Vi alguns pegarem lascas de sal. Colocaram na boca para sentir o gosto. O que será que sentiram?

Sem exceção, vejo jornalistas e equipes de apoio à expedição felizes por terem chegado ao lugar, tirando fotos ou simplesmente sentados, observando as salinas.

Mas tudo que é bom tem hora para acabar. Noto que todos estão cansados, mas alegres. O líder da expedição convoca todos para a viagem de volta para Salta. Agora é o Marlos o responsável por me guiar pelo deserto de sal.

Desta vez sou a segunda picape do comboio. Uma Ram 1500 Rebel é a líder, quem dita o ritmo da viagem. Nessa hora descobri o motivo de o Marlos ter me escolhido: meus 272 cv de potência não fizeram feio e desci toda a serra bem pertinho da 1500.

Ele me guiou até o vilarejo de Purmamarca, onde meus convidados fizeram uma pausa para comprar itens de recordação, esticar as pernas e tomar um café.

Lá, pelas ruas de chão batido, a turma se dispersou e cada grupo foi para um canto efetuar suas compras. O Marlos voltou com alguns ímãs de geladeira. Agora, ele retorna ao posto de passageiro e quem me guia mais uma vez é o Lucas Silvério.

Paramos novamente no posto, o mesmo de uma das primeiras paradas que fizemos na manhã do dia 27 de julho, para que a turma pudesse fazer um lanche.

Marlos está novamente ao volante e ele dirige até o hotel, onde os convidados têm uma boa noite de sono para encarar o segundo dia da Ram Expedition. Até mesmo porque o primeiro dia de expedição durou 14 horas.

Eu e minhas irmãs encerramos o primeiro dia com mais de 500 quilômetros registrados no hodômetro e as carrocerias todas cobertas de poeira.

Como também mereço um descanso, sou direcionada à garagem para iniciar meu segundo dia de expedição às 7h30.

Segundo dia, o Sol já nasceu

No segundo dia da Ram Expedition, eu sigo transportando o Marlos Ney Vidal e o Lucas Silvério. Dessa vez nosso destino é a cidade de Cafayate, rodando pela Rota 68. Saímos com sol, que nos acompanhou em todo o restante da viagem.

Lucas começa ao volante, enquanto Marlos registra as belas paisagens em seu celular.

11 horas da manhã, dia 28/7, fazemos nossa parada em uma antiga estação de trem às margens da Ruta 68. No local, as edificações de mais de 100 anos deram lugar a um restaurante.

Mas uma vez fico só de longe, vendo os meus convidados brincando com os gatos do local, tirando fotos, gravando vídeos.

Minhas irmãs estão descansando, mas vejo a equipe de foto e vídeo, pedir a minha chave para o Marlos. Fui ser estrela, pois a minha cor vermelha fica mais elegante nas imagens.

Com a turma reunida, partimos. Às 12 horas chegamos ao local conhecido como Garganta do Diabo, um ponto turístico conhecido da região e que está repleto de visitantes. Mas eu e as minhas irmãs somos maioria.

A turma em peso desembarca e se adentra pelos cânions do local. Alguns se arriscam a escalar uma parede de pedra para ir explorar o lugar. Marlos e Lucas subiram somente na primeira parte, mas foi o suficiente para aproveitarem o belo visual local.

Tive notícias de que outros jornalistas foram mais adiante. O Sol iluminando as pedras é um convite para explorar todo o local. Até eu tive vontade, mas o local não é propício para mim.

Ao retornar para o carro, vejo o Marlos e Lucas com roupas e mãos sujas por conta da poeira marrom do local. Mas os dois seguem com um sorriso no rosto, sinal que curtiram a Garganta do Diabo.

Nossa expedição ficou pelo local por cerca de uma hora e exatamente às 13h30 chegamos ao hotel onde encerramos nosso segundo dia de expedição. Ao final, meu hodômetro registrou mais 200 quilômetros.

Marlos e Lucas ainda gravariam seus vídeos, mas como eu era a única picape vermelha da expedição, outros jornalistas acabaram me pegando primeiro para seus registros. Uma pena. Mesmo assim, felizmente, minha dupla de viajantes acabou conseguindo outra Rebel para encerrar seus trabalhos.

Com o expediente encerrado, alguns foram passear no centro de Cafayate e outros foram ao museu local, que conta a história das vinícolas da região.

Com a noite caindo, fui descansar para encarar os quase 200 quilômetros de volta até o aeroporto de Salta.

Desta vez quem iniciou a viagem me guiando, ainda antes das 5 horas do dia 29 de julho, foi o Lucas. O sol ainda não tinha nascido e o Marlos seguiu dormindo por todo o trajeto. Por volta das 9 horas chegamos ao aeroporto. Por conta de um desvio durante nossa expedição, faltaram 13,8 km para encerrarmos com 1.000 quilômetros rodados.

Enfim, com meus convidados entregues no aeroporto, vou me reunir com as minhas irmãs para retornamos em comboio para o Brasil. Na bagagem, trago as lembranças de uma viagem inesquecível. A minha primeira Ram Expedition. Que orgulho.

Um abraço a todos e até a próxima aventura.

Foto principal | Jackson Romanelli/Studio Cerri/Ram/Divulgação