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Nostalgia: Esportivo à italiana

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Olá amigos,

Começo hoje a publicar algumas matérias sobre modelos antigos. Além dos segredos também fotográfo os “velhinhos”. Para estrear temos o Fiat 124 Spider. O texto de hoje foi produzido pelo amigo Alexandre Carneiro Soares, que além de arquiteto, é jornalista.

Na década de 60, a Fiat lançou um pequeno conversível que conquistava pelo comportamento e pelas belas linhas, criadas pelo estúdio Pininfarina.

Alexandre Carneiro Soares
Especial para o Autos Segredos

Motor dianteiro, tração traseira, carroceria conversível. A receita clássica para fazer carros esportivos, adotada por vários fabricantes ao longo das décadas, também foi aplicada a um pequeno modelo Fiat. O veículo em questão, talvez o mais belo já produzido pela marca italiana, é o 124 Spider.

Lançado em 1966, no salão de Turim, o carro agradou. As linhas, fluidas e aerodinâmicas como convém a um esportivo, foram concebidas pelo famoso estúdio Pininfarina, o mesmo que até hoje é responsável pelo design da linha Ferrari. Porém, sob o capô, as semelhanças acabavam. Ao invés de um propulsor V12, o Spider era dotado de um quatro cilindros em linha de 1,438 litro, capaz de desenvolver  90CV de potência a 6.500rpm e 11kgfm de torque a 4.000rpm.

O desempenho, se não podia ser comparado ao de uma Ferrari, era satisfatório para os padrões da época, devido ao peso do modelo: apenas 945 kg. E graças ao bom comportamento dinâmico, era possível andar na frente de automóveis mais potentes em estradas sinuosas.

SAGA Em 1969, surgia a opção de um motor mais potente, com 1,592 litro e 108cv. Mas já no ano seguinte, a cilindrada seria mais uma vez ampliada. Agora o propulsor tinha 1.608 litro, desenvolvia 110 cv e se tornava padrão no Spider. O incremento no desempenho era acompanhado de leves mudanças estéticas. A grade com barras horizontais dava lugar a outra, com trama hexagonal e o símbolo da marca ao centro. Anteriormente, o emblema era posicionado no capô, que ganhou dois ressaltos com a remodelação.

Em 1975, o conversível deixava de ser oferecido na Europa. Toda a produção passava a ser enviada para os Estados Unidos, que sempre constituíram o maior mercado para o veículo. Estima-se que 86% da produção total de 198.020 Spiders (o que corresponde a 170.720 unidades) foi exportada. Para cumprir a legislação de segurança automotiva daquele país, em 1976 os para-choques abandonavam o metal e passavam a ser moldados em material derivado do petróleo. Se havia ganhos em segurança, o mesmo não acontecia com a estética: as linhas da carroceria não combinavam com os novos componentes.

No ano de 1978, o fabricante aumentou novamente a cilindrada do motor, que chegou a 1.995 litro (2 litros, arredondando-se). A potência era de 87 ou 102 cv, nas unidades alimentadas por carburador ou injeção, respectivamente. Os valores estavam menores devido às severas leis norte-americanas de emissões de poluentes. Para contornar o problema, em 1981 era disponibilizada uma versão turbo, com 122 cv. A Fiat encerrou a produção do Spider em 1985.

ABARTH A preparadora Abarth, especialista em envenenar os carros da Fiat, não deixou o conversível passar batido, e colocou no mercado um Spider com motor de 1,756 litro e 128 cavalos, entre os anos de 1972 e 1975. Suspensão e transmissão também foram modificadas. Apenas 995 unidades com essas características foram fabricadas.

O 124 Spider Abarth foi vitorioso nas pistas de corrida, e conquistou o campeonato italiano de rali de 1974. Em 1975, o carro venceu o campeonato europeu, e no mesmo ano, o fabricante foi o segundo colocado entre os construtores no mundial de rali. Os modelos de competição eram ainda mais trabalhados, e chegavam a ter cabeçote de 16 válvulas e a render 210 cv.

FAMÍLIA O Spider não foi o único integrante da linha 124. Junto com ele foram lançados um sedã e uma perua, identificados pela mesma sigla. No ano seguinte, o fabricante passou a oferecer também uma versão cupê. Apesar do nome e de determinados componentes mecânicos em comum, a carroceria era totalmente diferente entre os modelos. Apenas o sedã e a perua compartilhavam peças de lataria.

ESTRANGEIROS Mesmo possuindo belas linhas, proporcionando notável prazer ao dirigir e conquistando vários compradores em outros países, o Fiat 124 Spider é um ilustre desconhecido para muitos brasileiros. Ele nunca foi produzido aqui, e tampouco foi importado em larga escala. Apenas algumas unidades foram trazidas por iniciativas isoladas. Com sorte, é possível ver um deles em encontros de automóveis antigos.

De certa forma, o sedã e a perua é que desembarcaram em solo brasileiro, mas não sob a chancela da Fiat.  A marca russa Lada, que produzia os modelos naquele país desde o ano de 1970, trouxe-os no começo 90, com o nome Laika e a dianteira e a traseira remodeladas. Isso aconteceu porque, na década de 60, a Fiat vendeu a licença de fabricação à empresa, que manteve os veículos praticamente inalterados até pouco depois do fim do regime socialista.

E, se o motor é o coração do carro, pode-se dizer que o do 124 Spider bateu no Brasil. O bloco do conversível é antecessor direto daquele que equipou sedã Tempra, que entre 1991 e 1998 saiu das linhas de montagem de Betim. Com duplo comando de válvulas e a mesma cilindrada de 1,995 litro, o propulsor ficou famoso por aqui por ter sido o primeiro a receber cabeçote de 16 válvulas e o segundo a receber turbocompressor. Recursos que o Spider também utilizou.

IMIGRANTE O carro das fotos é do ano de 1968, e pertence a um engenheiro mecânico residente em Belo Horizonte. O Spider vermelho foi comprado do primeiro proprietário em 2001, com parcos 54 mil quilômetros registrados no hodômetro.

Para deixá-lo no estado de conservação atual, foi necessário apenas um serviço de pintura, além da troca de borrachas e de itens de manutenção natural. O exemplar possui ainda uma capota de fibra, acessório de época desenvolvido pela Pininfarina, que serve de opção tradicional cobertura de lona.

Ficha técnica
Fiat 124 Spider 1968

Motor: Dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 2 válvulas por cilindro, gasolina, 1.438 cm³, potência máxima de 90 cv  a 6.500 rpm e torque máximo de 11 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: Câmbio manual de cinco velocidades, tração traseira
Direção: Setor e rosca sem-fim, mecânica
Freios: Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira
Pneus: 165 R 13
Carroceria: Conversível, duas portas, 2+2 passageiros
Dimensões (metros): Comprimento 3,97; largura 1,61; altura 1,25; entre-eixos 2,28
Peso: 945 kg
Capacidades: tanque de combustível: 39l; porta-malas: N/D

Fotos Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

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